A prática da filosofia não trata da busca de uma certeza lógica, mas de chegar à uma evidência intuitiva e de importância existencial. A verdade tem de ser confirmada na realidade da experiência. Isto é, conceitos gerais devem poder ser convertidos em experiências verdadeiras e vice-e-versa.
A realidade é um complexo de latências, de coisas que você sabe que estão presentes sem que precise se forçar a chegar à tal conclusão. Todo conhecimento tem origem na percepção direta e individual. Por isso, são dificilmente transmissíveis ou prováveis.
O treinamento filosófico consiste em aprimorar a percepção das conexões fáticas, do raciocínio feito a partir de dados imediatos da situação real. A realidade da vida concreta é preciosa pois fornece base sólida para todo e qualquer conhecimento.
O verdadeiro filósofo procura descrever ou explicar a realidade da experiência humana de forma fiel, com sinceridade e exatidão máxima da linguagem. Sua construção mental, os termos que ele escolhe, devem necessariamente ter ligação com a estrutura da realidade.
A educação visa ampliar nosso quadro de referências, prover meios de refletir sobre a experiência real e oferecer a possibilidade de um domínio maior, de uma coerência interna que nos ajude a tomar consciência da presença da realidade como tal.
A formação de um equipamento linguístico e simbólico é essencial na filosofia, pois é na tradução de conceitos filosóficos em linguagem poética e da linguagem poética em conceitos filosóficos que reside toda a compreensão. Para tal, é necessário conquistar um acervo de experiências humanas através da arte, dos clássicos que sobrevivem ao tempo por conterem algo de imutável e eterno a respeito da natureza humana.
O real é constituído de possibilidades anunciadas por signos e o melhor da arte, da ficção, trata de exemplificá-los e compreendê-los. Um imaginário rico expande o nosso limitado conhecimento das coisas possíveis.
O mundo em que vivemos, as noções que temos das leis, da sociedade e mesmo das pessoas que conhecemos são virtuais, quase hipotéticas. Nossas próprias memórias e emoções não são facilmente discerníveis ou táteis, mas apresentam-se de forma mais sólida, como indícios da realidade.
Mais importante do que prestar contas aos outros é amar Deus sobre todas as coisas - Deus sob o aspecto do conjunto da verdade que somente Ele sabe, permitir que Ele nos revele. Nossa liberdade está na escolha dos símbolos que determinarão nossa conduta e não há autoridade maior do que Deus.